sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Fusca Conversível - Confronto de Gerações

No Fusca fabricado no Brasil nunca teve a versão conversível, tão admirada por todos, principalmente pelos norte-americanos. O máximo que tivemos foi o Avallone Conversível, um Fusca em fibra de vidro conversível, que sua produção logo foi barrada pela VW, existindo apenas duas ou três unidades. Veja o Avallone aqui
A chegada dos Fuscas conversíveis no Brasil se deu de forma independente e um dos primeiros modelos desembarcados aqui foi em 1959, o ano do Fusca abaixo.  
Charmoso com sua grande capota, para-brisa reto e sem colunas, as janelas traseiras abaixavam deixando o vão livre entre as janelas. Particularmente esse carro conta com um acessório da época: a saia de rodas, uma cobertura removível para o para-lama traseiro.
Internamente não existia diferenças com o modelo sedan, volante "morcego", sem marcador de combustível e chave no painel.
Por falta do marcador de combustível, a torneirinha do tanque fica localizada abaixo do painel e girando-a, garantia mais alguns litros de reserva.
A trava de direção foi uma ideia brasileira, utilizada apenas aqui no Brasil e como acessório. Depois, a partir  de 1965 a trava foi incorporada a produção.
A reforçada trava da capota garantia a boa fixação da grande capota. O para-sol era o mesmo de toda década de 50, de plimetil-metacrilato escurecido e transparente, o lado do passageiro era opcional.
Internamente não diferenciava dos modelos sedans do mesmo ano.
Também no porta-malas a mesma capacidade do Fusca sedan, com seu tanque alto e boca grande, utilizado até 1963.
Como a capota invade parte da traseira, absorvendo o local da entrada de ar para refrigeração do motor no Fusca convencional, o conversível inaugurou as tomadas de ar no capô traseiro.
O motor 1.200 cc de poucos cavalos era suficiente para conduzir o conversível a belos passeios, apenas passeios sem muita pressa.
O último Fusca fabricado na Alemanha foi o modelo conversível em 1979. O sedan parou um ano antes. 
Esse carro das fotos é de 1978 e reside em Santos-SP, assim como o modelo 1959. 
A evolução do Fusca conversível acompanhou a do sedan e no final dos tempos, ele tinha para-brisa arredondado, capô dianteiro maior e suspensão dianteira Mc Pherson... 
... Por causa da configuração desta suspensão, o porta-malas cresceu e o estepe fica na posição horizontal.
Também sua condução melhorou muito, trazendo mais conforto aos ocupantes e mais estável nas curvas, porque a suspensão traseira recebeu braços oscilantes, a famosa suspensão de arrasto. Os modelos para o mercado norte-americano contavam com os grandes para-choques com amortecimento para pequenos impactos, uma exigência da legislação dos Estados Unidos.
Internamente nada a ver com os antigos Fuscas. Por causa do novo para-brisa, o painel pode ter mais profundidade e desenho harmonioso, além de ser mais seguro.
O motor era o 1.600 cc com aproximadamente 70 HP, mais que suficiente para as pretensões do conversível, andando muito e com bastante forte para subidas ingrimes.
Aqui nessa foto notamos as barras que seguram os para-choques com dois estágios de amortecimento...
... Item que o modelo alemão não tinha.
Fotos Marcelo Rodrigues, Santos-SP e Museu da Volkswagen.

Foto do dia


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Miniatura Fusca de Polícia

Essa curiosa miniatura de Fusca da Polícia Civil de São Paulo está à venda na Diecast Car Models, um site de Los Angeles, USA, junto com outros modelos VW alemães. O site também vende miniaturas de carros norte-americanos. A dica foi dada pelo meu amigo Sylvio Fujioka.
A razão para terem escolhido esse modelo de VW nacional (apenas a pintura, já que a carroceria é do Fusca alemão 1967), não sei informar, talvez os especialistas na área podem nos dizer. Uma coisa é certa, essa configuração "saia-e-blusa" nas cores preta e branca da Polícia paulista da década de 60, realmente é singular. Depois veio o laranja e preto no mesmo lay-out, mas não era tão bonito como a preta e branca.

Placa preta - A recolocação da placa

O meu amigo Marcelo Meireles Bahia comprou esse belo Fusca 1969. O Fusca já era placa preta, mas como ele reside em Fortaleza-CE e o carro era de Leme-SP, teve que fazer nova vistoria para continuar com a placa preta.

 E lá foi ele trocar as tarjetas do Fusca, depois da regularização dos documentos.



A placa preta foi criada para isentar os veículos de equipamentos modernos obrigatórios, que se instalados podem modificar as características do carro. Em veículos mais modernos, essa questão não é tão gritante como em veículos com mais de 50 anos, já que possuem muitos desses equipamentos, como sinalização de direção, lavador de para-brisa, entre outros. Alguns equipamentos com extintor, triângulo, macaco e estepe, mesmo com placa preta são obrigatórios. Então, tecnicamente, a placa preta preserva os veículos como saíram da fabrica, demonstrando assim um fato histórico. Alguns pequenos detalhes são relevantes, desde que não alterem o visual do veículo e sua condução. Portanto, placa preta é para preservar o veículo e não agregar valor monetário. Qualquer colecionador ou aspirante não vai se deixar levar pelo fato de estar com placa preta, mas sim pela condição do carro. Se eu for comprar um Fordinho 1929 com placa preta e é sabido nada entendo do modelo, o que vai me garantir a placa preta nesse carro é que ele tem cor da época, rodas, pneus e motor originais, e não tem nenhuma modificação na carroceria. Se eu quiser um carro extremamente original, vou ter que estudar o modelo, saber de seus detalhes e conferir no carro, se os bancos tem o revestimento, instrumentos, botões, volante, etc., originais, porque pode ter conseguido os 80 pontos necessários na avaliação para receber o Certificado de Originalidade, mas pode não estar com o volante correto ou veludo nos bancos, como exemplo.
E o principal de tudo isso, coisa que pouca gente sabe, quando da transferência de propriedade de um veículo placa preta, este perde sua classificação de coleção, sendo necessário que o novo proprietário seja sócio de um clube credenciado para fazer nova vistoria (avaliação) e recebe em seu nome, o Certificado de Originalidade (C.O.). Isso se deve ao fato, que na obtenção do C.O., o veículo recebe uma carteira com os dados dele e com os dados do proprietário, de porte obrigatório. Sendo transferido, os dados titularidade da carteira ficam inválidos e o veículo em situação irregular.
Claro que na compra de veículo que já tem a placa preta, as chances de ele continuar com elas são bem grandes, mas não é garantia total, pois pode ter tido falha na conservação requisitada pela norma ou ter sofrido alguma alteração posterior a obtenção do C.O. e não passar na nova vistoria.
Conclusão, não se deixe levar pelo status da placa preta, ela não foi criada para isso e quem conhece o assunto não leva em consideração para aumentar o valor do bem, além de ter que ser renovada a cada troca de propriedade. Antes de tudo, procure entender do veículo que será adquirido e faça a sua própria análise,  não esquecendo sempre dos requisitos básicos para um veículo ter placa preta:

  • Não pode ter nenhum tipo de modificação na carroceria, para-choques e aparência em geral.
  • Deve ter a cor do ano  e modelo do carro, não necessária a cor que ele saiu da fábrica, mas as cores disponíveis para aquele ano e modelo.
  • Deve ter as rodas originais ou réplicas perfeitas, nas medidas, cor e aparência idêntica a original.
  • Pneus devem estar nas medidas em que o modelo saiu da fabrica. Caso não exista mais, deve-se procurar a medida  mais próxima possível, não alterando a postura do veículo.
  •  O motor deve ser o original, não necessariamente o mesmo motor que ele nasceu, mas deve ser idêntico, assim como sua cor e coletores. Agregados do motor, se modificados, perdem pontos na avaliação, pontos esses que podem custar muito do total necessário.
Esses itens, se alterados, nem vão para avaliação, são chamados itens excludentes. No restante é uma questão de fazer as contas e vai variar de modelo para modelo, como exemplo: perder 3 pontos no volante de um 1977 é uma grande bobagem, porque é facilmente comprado e não é um item absurdamente caro. Já em um Fusca 1957, a situação se inverte, vale mais a pena perder esses pontos no volante, por ser raro e muito caro, do que perder a mesma pontuação ou até mais, em bancos, que são mais simples de obtenção. Já em um Opala, a coisa se inverte, principalmente se for banco dianteiro inteiriço.
Vamos enxergar a placa preta da maneira mais correta, ela só serva para o carro rodar livremente, isso para quem gosta de ver seu antigo andando, para museu o importante são os cavaletes.