quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Placa preta - A recolocação da placa

O meu amigo Marcelo Meireles Bahia comprou esse belo Fusca 1969. O Fusca já era placa preta, mas como ele reside em Fortaleza-CE e o carro era de Leme-SP, teve que fazer nova vistoria para continuar com a placa preta.

 E lá foi ele trocar as tarjetas do Fusca, depois da regularização dos documentos.



A placa preta foi criada para isentar os veículos de equipamentos modernos obrigatórios, que se instalados podem modificar as características do carro. Em veículos mais modernos, essa questão não é tão gritante como em veículos com mais de 50 anos, já que possuem muitos desses equipamentos, como sinalização de direção, lavador de para-brisa, entre outros. Alguns equipamentos com extintor, triângulo, macaco e estepe, mesmo com placa preta são obrigatórios. Então, tecnicamente, a placa preta preserva os veículos como saíram da fabrica, demonstrando assim um fato histórico. Alguns pequenos detalhes são relevantes, desde que não alterem o visual do veículo e sua condução. Portanto, placa preta é para preservar o veículo e não agregar valor monetário. Qualquer colecionador ou aspirante não vai se deixar levar pelo fato de estar com placa preta, mas sim pela condição do carro. Se eu for comprar um Fordinho 1929 com placa preta e é sabido nada entendo do modelo, o que vai me garantir a placa preta nesse carro é que ele tem cor da época, rodas, pneus e motor originais, e não tem nenhuma modificação na carroceria. Se eu quiser um carro extremamente original, vou ter que estudar o modelo, saber de seus detalhes e conferir no carro, se os bancos tem o revestimento, instrumentos, botões, volante, etc., originais, porque pode ter conseguido os 80 pontos necessários na avaliação para receber o Certificado de Originalidade, mas pode não estar com o volante correto ou veludo nos bancos, como exemplo.
E o principal de tudo isso, coisa que pouca gente sabe, quando da transferência de propriedade de um veículo placa preta, este perde sua classificação de coleção, sendo necessário que o novo proprietário seja sócio de um clube credenciado para fazer nova vistoria (avaliação) e recebe em seu nome, o Certificado de Originalidade (C.O.). Isso se deve ao fato, que na obtenção do C.O., o veículo recebe uma carteira com os dados dele e com os dados do proprietário, de porte obrigatório. Sendo transferido, os dados titularidade da carteira ficam inválidos e o veículo em situação irregular.
Claro que na compra de veículo que já tem a placa preta, as chances de ele continuar com elas são bem grandes, mas não é garantia total, pois pode ter tido falha na conservação requisitada pela norma ou ter sofrido alguma alteração posterior a obtenção do C.O. e não passar na nova vistoria.
Conclusão, não se deixe levar pelo status da placa preta, ela não foi criada para isso e quem conhece o assunto não leva em consideração para aumentar o valor do bem, além de ter que ser renovada a cada troca de propriedade. Antes de tudo, procure entender do veículo que será adquirido e faça a sua própria análise,  não esquecendo sempre dos requisitos básicos para um veículo ter placa preta:

  • Não pode ter nenhum tipo de modificação na carroceria, para-choques e aparência em geral.
  • Deve ter a cor do ano  e modelo do carro, não necessária a cor que ele saiu da fábrica, mas as cores disponíveis para aquele ano e modelo.
  • Deve ter as rodas originais ou réplicas perfeitas, nas medidas, cor e aparência idêntica a original.
  • Pneus devem estar nas medidas em que o modelo saiu da fabrica. Caso não exista mais, deve-se procurar a medida  mais próxima possível, não alterando a postura do veículo.
  •  O motor deve ser o original, não necessariamente o mesmo motor que ele nasceu, mas deve ser idêntico, assim como sua cor e coletores. Agregados do motor, se modificados, perdem pontos na avaliação, pontos esses que podem custar muito do total necessário.
Esses itens, se alterados, nem vão para avaliação, são chamados itens excludentes. No restante é uma questão de fazer as contas e vai variar de modelo para modelo, como exemplo: perder 3 pontos no volante de um 1977 é uma grande bobagem, porque é facilmente comprado e não é um item absurdamente caro. Já em um Fusca 1957, a situação se inverte, vale mais a pena perder esses pontos no volante, por ser raro e muito caro, do que perder a mesma pontuação ou até mais, em bancos, que são mais simples de obtenção. Já em um Opala, a coisa se inverte, principalmente se for banco dianteiro inteiriço.
Vamos enxergar a placa preta da maneira mais correta, ela só serva para o carro rodar livremente, isso para quem gosta de ver seu antigo andando, para museu o importante são os cavaletes.

4 comentários:

Binho disse...

Amigo trabalho em uma fabrica de placas veiculares, e gosto muito de fuscas, não sei se conhece o proprietário desse fusca, mas um detalhe me chamou a atenção, não entendi porque a placa é CO3-0380,e ela está com 2 letras e 5 números, e pela legislação são 3 letras e 4 números, no lugar do "3" depois do CO deveria ser uma letra e não um número, como mostra!
Poderia olhar isso aí fazendo um favor e alguma explicação para isso ter acontecido!
Desde já a gtadeço

Felipe Nicoliello disse...

Binho,
A foto é editada a placa para preservar os dados do proprietário. Em todas as publicações efetuadas por mim, edito as placas repetindo a primeira dezena no lugar das duas últimas letras, nesse caso, seriam os numerais zero e três.
Foi uma formula encontrada para preservar os dados e não imacular a foto, pois fotografias de carros com placa apagada, borrada ou logo de publicação, alteram a imagem, não dando o aspecto realista de um carro com suas placas.

Unknown disse...

Felipe o Dr. José Roberto Nasser é o criador e redator do Estatuto da Placa Preta e também Diretor do Museu Nacional do Automovel, ele contradiz tudo o que você falou,ele afirma que a transferência de Estado ou propriedade de um veículo com placa preta não obriga o mesmo a fazer nova vistoria junto a Veterans para manter a placa e que também não existe vistoria para renovar a autorização da placa que uma nova vistoria só se realiza quando for feitas auterações ou restaurações no veículo , e as vistorias realizadas no Museu ele exige sim volante,rodas e forração igual ao utilizado quando o carro saiu de fabrica.

Unknown disse...

Boa tarde. Tenho um Fuscva 76 e gostaria de fazer uma avaliação para verificar os detalhes que preciso alterar para a obtenção da placa preta...
Estou bem perto de conseguir mas gostaria de uma checagem antes... como posso fazer esta vistoria sem ser assiciado a nenhum clube?
Obrigado.