Após o término da Segunda Guerra Mundial, em 1945, as potências vencedoras (EUA, França, Reino Unido e União Soviética) dividiram a vencida Alemanha em quatro grandes zonas de ocupação. Além disso partilharam igualmente a capital, Berlim – que se encontrava no interior da zona soviética, em quatro áreas distintas, dada a enorme importância da cidade...
Foi então no dia 13 de Agosto de 1961 que tudo se processou com a rapidez de um relâmpago. Os guardas chegaram nas primeiras horas da madrugada e montaram uma estrutura espessa de arame farpado na fronteira de Berlim Leste, circundando toda a área de Berlim Ocidental. Entretanto, chegaram os trabalhadores que prontamente começaram a construir o muro...
Ao raiar do dia, a fronteira já estava fechada. Os habitantes de Leste que queriam seguir para o seu trabalho na parte ocidental viram-se impedidos pelos guardas de patrulha da RDA, as redes de transporte público que continuavam a servir os dois lados foram interrompidas, enfim, transformou-se efetivamente uma cidade com centenas de anos de história, em duas zonas completamente distintas. O Muro começava a tomar forma no panorama da cidade e na mente dos habitantes. Tudo tinha mudado...
Designado de Antifaschistischer Schutzwall (Barreira de Proteção Anti-Fascista) pelas autoridades comunistas, afirmando que o país tinha que se defender de uma futura agressão da RFA...
O muro foi continuamente fortalecido pela Alemanha da Leste, que foi aumentando a presença militar da polícia da fronteira...
Mas em novembro de 1989 quando a RDA anunciou que todos os cidadãos eram livres de visitar o lado ocidental. O enorme fluxo que se seguiu teve como consequência o fim da RDA, a reunificação da Alemanha e o fim do muro. Milhares de pessoas levaram martelos e, antes da demolição oficial, começaram a destruir o muro. A opressão do cimento não aguentou a democracia popular da picareta...
Berlim vivia uma euforia imensa e um dos momentos mais marcantes da libertação foi talvez a encenação do concerto “The Wall”, por Roger Waters, que juntou uma das maiores multidões de sempre (perto de 350 mil pessoas) para um concerto numa área que tinha ficado deserta devido ao muro (Potsdamer Platz). A música enquanto símbolo de uma nova era e da destruição do muro físico e do muro mental...
Passados 50 anos da construção e 22 da destruição, o Muro, que durante tanto tempo foi um símbolo omnipresente da Guerra fria, parece uma memória distante e cada vez mais um souvenir turístico que se despe do seu significado histórico e da crueldade que implicou. Porém, o sofrimento desnecessário que causou não deixa de estar na memória de muitos...
É precisamente nesse espírito que amanhã toda a Alemanha e Berlim celebram a construção do Muro com inúmeros eventos artísticos e simbólicos. Para não deixar esquecer o sofrimento e relembrar os que morreram em busca da liberdade. Passados 50 anos as palavras de Kennedy fazem hoje particular sentido. No dia 13 de Agosto de 2011, todo o mundo livre é cidadão de Berlim.
Dario Faria.
Fotos: book "Wirtschaftswunder-Germany after the war", internet Google divulgação.
Pesquisa de Texto: http://www.jornaldoalgarve.pt
sábado, 13 de agosto de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Sensacional esse post!!! Excelentes fotos!!!
parabéns
Abraço
Cleiton
Postar um comentário